domingo, 1 de novembro de 2009

Peut-être

Tinham se conhecido sem querer, era mais uma tarde fria de inverno e ambos foram aquecer a alma entre as páginas, na biblioteca. Ela procurava a sessão de suspense, quando passou ligeira, levando consigo o ombro dele. Por um breve instante, os olhares se cruzaram. Ela envergonhada pediu desculpas, e ele encantado começou a conversar.
Todos os dias se viam, tinham tanto em comum, e ao mesmo tempo, eram de mundos totalmente diferentes. Ela tinha acabado de fazer dezoito, e ele já beirava os trinta e cinco. Cada momento juntos, era um verdadeiro deleite, uma grande diversão. Ele tentava ensinar sobre a vida, sobre as dificuldades, e ela tentava mostrar o melhor do mundo, arrancando os mais belos sorrisos de sua face.
Com o passar do tempo, tinham construído alguma coisa. Os abraços se tornaram cada vez mais apertados e as despedidas mais tristes. E a saudade estava sempre presente, como um grande nó na garganta. Ele já não tinha mais família, ela vivia com o pai. A solidão era sempre a melhor companhia deles, até se conhecerem.

Agora era tarde demais, as paredes pareciam observar os dois. O quarto era pequeno, ela tinha aquele olhar, deliciosamente ingênuo e convidativo. O seu corpo parecia clamar por uma atitude dele. Ele queria muito conseguir se mexer, mas suas mãos não obedeciam a qualquer comando. Ela tinha um olhar tão penetrante que parecia hipnotizar, e ele tinha um sorriso suave e malicioso.
O vento então se encarregou de aproximá-los, pela janela aberta, a brisa entrou, balançou os cabelos dela e fez uma alça do vestido descer timidamente. O silencio era cortado pelo som estridente dos corações. Ele se aproximou para levantar aquela alça atrevida, estava tão perto daquele rosto angelical que podia ouvir a sua respiração ofegante. Subitamente, ela se inclinou para ele e se soltou nos seus braços.

Se beijaram, se abraçaram, se amaram. Naquele dia, e em todos os outros que se seguiram. Trocaram as mais belas e sinceras palavras. Não podiam mais viver as escondidas. Ele a queria sempre e para sempre.
O pai dela não quis aceitar, sua pequena criança não podia amar mesmo aquele homem, aquele que já tinha barba e uma bagagem de vida nas costas. Os amigos dele também não podiam acreditar, ela mal tinha saído dos cueros. Tentaram se afastar, meses sem se ver. Era inútil, um já não podia mais viver sem o outro.
Decidiram enfrentar todos os obstáculos que estavam por vir. Tinham defeitos, a diferença de idade às vezes dificultava a convivência. Ela se mudou para a casa dele, aprendeu a cozinhar e seu passatempo favorito era mimá-lo. E ele, passava horas apenas olhando para ela e nas noites frias se fazia de casaco. Sim, eles foram felizes para sempre

6 comentários:

  1. Que isso, resolveu apelar pra pedofilia?! Sei sei esses contos estão cada vez mais suspeitos, pessoas que escrever suas vidas em outros, huahaha... zoa, zoa, zoa, erika so gosta de 50+. hehehe

    Bonitinho, apesar de romance nao ser meu forte, mas tu sabe que felicidade eterna não existe ne?! mule uma hora fica velha e feia, e antes disso vc atura 28 dias no mes de TPM 1 de alegria e 1 com a vizinha, rsrsrs

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  2. Que bonito^^ Quem dera pudéssemos viver algo parecido com isso...
    Gostei muito do texto, como sempre!
    Juízo e nada de se envolver com homens mais velhos! (brincadeira:p)

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  3. "Cada conto revela um pouco mais de verdade... tenho medo dois ultimos..."

    parabéns!!!!

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  4. "Cada conto revela um pouco mais de verdade... tenho medo dos últimos..."

    parabéns!!!! Bjus!

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  5. Que isso hein, tantos admiradores assim, vai acabar esquecendo deste aqui...=/

    Muito bom o conto, o anterior é mais específico, mas esse esta bem escrito, você tem facilidade em transição de tempo...Cada conto um passo, cada passo uma conquista.

    Qualquer dia, quero ser o que te inspira um pouco.

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  6. Ai que orgulho!!!
    Cada dia que passa você se supera!!
    Te amo jornalista e melhor amiga!!!
    beijosssss

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