segunda-feira, 28 de junho de 2010

I love you, but I'm more

Ela espumava só de pensar que ele poderia ter alguma ligação com pequena metida a besta do trabalho. Era recadinho pra lá, recadinho cá. Nada pior para a cólera de uma mulher enciumada do que as piadinhas internas. E aquele pedaço de gente sabia irritá-la como ninguém.
Para evitar possíveis discussões, ela simplesmente dava um sorriso amarelo e engolia
em seco. Não gostava de acusar sem provas, talvez fosse tudo fruto da sua fértil imaginação. Shakespeare estava certo, o monstrinho verde do ciúme é maldoso e envenena a alma.
Era tudo incerto, a relação, as teorias de infidelidade, e a dúvida machucava. Cega e em total desespero acabou falando mais do que devia. Ele não podia acreditar no estava ouvindo, ninguém poderia ser mais fiel. Afastaram-se por medida de segurança.

Começava, assim, o desastre. Ela passou dias na cama, sem forças para se levantar. Ele chorou escondido e seguiu com a sua vida. O meio-de-campo estava livre para a baixinha, que viu a oportunidade cair no seu colo. Nada melhor, e fácil, do que conquistar alguém sendo apenas a amiga prestativa.

Carinho, docinhos e o ombro pra chorar, o pivô da separação deu tudo que podia dar. Queria fazer jus e ser de fato o motivo. Ele se fazia de cego, e ainda pensava na outra.
O pedido de reconciliação não tardou, voltaram. Mas ainda estavam longe do paraíso. A amiguinha do trabalho sempre seria um problema.
As opções era poucas, ou ela se olhava no espelho e se conscientizava que não tinha motivos para temer nada, ou ele mudava de emprego. Ela optou pela primeira opção, era mais sensato. Gostou do que viu. Tanto que deixou a enjoadinha, ele e o seu antigo eu pra trás. E viveu feliz para sempre.